domingo, 11 de dezembro de 2011

‎'Caio de Abreu diz que ''a pior coisa do mundo é quando alguém faz você se sentir especial, e de repente, te deixa de lado. E aí você tem que agir como se não se importasse.'' É verdade! Mas como diz Tati Bernardi... ''se ele é burro o suficiente para ir embora, seja inteligente o suficiente para deixá-lo ir.''
Amor-próprio menina! Destrua de vez esse fantasma do passado que não te faz feliz!! Enxugue essas lágrimas, recolhe esses caquinhos do coração caido pelo chão e bola pra frente! Porque ali, bem naquela esquina da vida, que vc não quer mais passar, tem alguém te esperando. E esse alguém sim vai te mostrar porque os outros são apenas outros. Alguém disse e eu concordo que o tempo cura, que a mágoa passa, que decepção não mata, e que a vida sempre...sempre continua.'

Vai passar...

Calma. Vai passar! Não fique assim, não. Vai passar! Eu sei como dói, é horrível. Eu sei que parece que você não vai aguentar, mas aguenta. Sei que parece que você vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo, porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar pra se estar. Dor é assim mesmo: arde, depois passa. Que bom. Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. Que pena. A gente acha que não vai aguentar, mas aguenta: as dores e a vida! Pense assim: agora tá insuportável, agora você queria abrir o zíper, sair do corpo, encarnar numa samambaia, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Mas agora já passou. Agora já é dez segundos depois da frase passada. Sua dor já é dez segundos menor do que duas linhas atrás. Você acha que não, porque espera a dor passar. Esperar a dor passar é como olhar um transatlântico no horizonte estando na praia. Ele parece parado, mas aí você desvia o olho, toma um picolé, lê uma revista, dá um pulo no mar e quando você vai ver, o barco já tá lá longe! A sua dor agora, essa fogueira na sua barriga, esse chumbo na garganta, essa sensação de que pegaram seu estômago e torceram como uma toalha molhada, isso tudo - é difícil de acreditar, eu sei - vai virar só uma memória, um pequeno ponto negro diluído num imenso mar de memórias. Levante-se daí, vá tomar um picolé, ler uma revista, dar um pulo no mar. Quando você for ver, passou. Agora não dá mesmo pra ser feliz. É impossível. Mas quem disse que a gente deve ser feliz sempre? Isso é uma bobagem. Como cantou Vinícius: 'É melhor viver do que ser feliz'. Porque pra viver de verdade a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Tem que achar que vai dar certo e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, mas que tem que ser ouvida. A vida é incortonável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cái. Dói, eu sei como dói, mas passa. Tá vendo a felicidade alí na frente? Não, você não tá vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir essa montanha, vai sentir frio e cansaço lá em cima. Vai querer desistir, mas você não vai desistir, porque você é forte! E porque depois do topo, a montanha começa a diminuir e o único jeito de deixá-lá pra trás é continuar andando.Você vai ser feliz. Tá vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que tô falando a verdade. Eu não minto. Vai passar!

terça-feira, 14 de junho de 2011

"Liberdade é querer estar junto mesmo com milhares de outras possibilidades lá fora. É poder ir e querer ficar. É ter a chance de escolher. Liberdade é ter milhões de caras na sua cidade pelos quais você poderia se interessar mas você se enfia num aeroporto lotado pra atravessar o estado e ficar com quem você quer. Liberdade é poder falar que ama. Liberdade é poder falar do que não gosta. É saber conviver com a diferença e respeitar isso. É entender que ninguém é exatamente do jeito que você imaginou que fosse. É estar junto e fazer planos. É estar junto sem saber o que vai acontecer amanhã. É querer continuar mesmo que os planos dêem todos errados. Mesmo que você não tenha nenhuma certeza."

sexta-feira, 11 de março de 2011

'Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito, nem que seja só pra te levar pra casa, depois de um dia normal... Olhar teus olhos de promessas fáceis, e te beijar a boca de um jeito que te faça rir, que te faça rir... Hoje eu preciso te abraçar, sentir seu cheiro de roupa limpa, pra esquecer os meus anseios e dormir em paz... Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua, qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria em estar vivo... Hoje eu preciso tomar um café, ouvindo você suspirar me dizendo que eu sou o causador da tua insônia, que eu faço tudo errado sempre, sempre... Hoje, preciso de você, com qualquer humor, com qualquer sorriso... Hoje, só tua presença vai me deixar feliz, só hoje...'

E aí já era

Pára pra pensar, porque eu já me toquei,
Eu te escolhi você me escolheu, eu sei.
Tá escancarado, vai negar pro coração?
Que você tá com sintomas de paixão!

É quando os olhos se caçam em meio à multidão,
Quando a gente se esbarra andando em qualquer direção.
Quando indiscretamente a gente vai perdendo o chão, vai ficando bobo,
Vai ficando bobo...

E aí já era é hora de se entregar,
O amor não espera, só deixa o tempo passar.
E fica pro coração, a missão de avisar,
E o meu tá dando sinal: e tá querendo te amar!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O salto

A gente não tem como saber se vai dar certo. Talvez, lá adiante, haja uma mesa num restaurante, onde você mexerá o suco com o canudo, enquanto eu quebro uns palitos sobre o prato -- pequenas atividades às quais nos dedicaremos com inútil afinco, adiando o momento de dizer o que deve ser dito. Talvez, lá adiante: mas entre o silêncio que pode estar nos esperando então e o presente -- você acabou de sair da minha casa, seu cheiro ainda surge vez ou outra pelo quarto –, quem sabe não seremos felizes? Entre a concretude do beijo de cinco minutos atrás e a premonição do canudo girando no copo pode caber uma vida inteira. Ou duas.Passos improvisados de tango e risadas, no corredor do meu apartamento. Uma festa cheia de amigos queridos, celebrando alguma coisa que não saberemos direito o que é, mas que deve ser celebrada. Abraços, borrachudos, a primeira visão de seu necessaire (para que tanto creme, meu Deus?!), respirações ofegantes, camarões, cafunés, banhos de mar – você me agarrando com as pernas e tapando o nariz, enquanto subimos e descemos com as ondas -- mãos dadas no cinema, uma poltrona verde e gorda comprada num antiquário, um tatu bola na grama de um sítio, algumas cidades domesticadas sob nossos pés, postais pregados com tachinhas no mural da cozinha e garrafas vazias num canto da área de serviço. Então, numa manhã, enquanto leio o jornal, te verei escovando os dentes e andando pela casa, dessa maneira aplicada e displicente que você tem de escovar os dentes e andar ao mesmo tempo e saberei, com a grandiosa certeza que surge das pequenas descobertas, que sou feliz.Talvez, céus nublados e pancadas esparsas nos esperem mais adiante. Silêncios onde deveria haver palavras, palavras onde poderia haver carinho, batidas de frente, gritos até. Depois faremos as pazes. Ou não?Tudo que sabemos agora é que eu te quero, você me quer e temos todo o tempo e o espaço diante de nossos narizes para fazer disso o melhor que pudermos. Se tivermos cuidado e sorte – sobretudo, talvez, sorte -- quem sabe, dê certo? Não é fácil. Tampouco impossível. E se existe essa centelha quase palpável, essa esperança intensa que chamamos de amor, então não há nada mais sensato a fazer do que soltarmos as mãos dos trapézios, perdermos a frágil segurança de nossas solidões e nos enlaçarmos em pleno ar. Talvez nos esborrachemos. Talvez saiamos voando. Não temos como saber se vai dar certo -- o verdadeiro encontro só se dá ao tirarmos os pés do chão --, mas a vida não tem nenhum sentido se não for para dar o salto.