domingo, 25 de julho de 2010

Day 1 — Your Best Friend

"Ombreiras vêm e vão, mas uma melhor amiga é para sempre. Porque mesmo quando não sabe para onde vai, ajuda saber que você não está indo sozinha. Ninguém tem todas as respostas. Às vezes, o melhor que podemos fazer é pedir desculpas. E deixar o passado no passado. Outras vezes, precisamos olhar para o futuro, e saber que, mesmo quando achamos que vimos de tudo, a vida ainda pode nos surpreender. E ainda podemos surpreender a nós mesmos."

Confesso que começar o projeto escrevendo justamente pra você é difícil. Mas pensei muito e, embora não goste do rótulo 'melhor amiga', porque odeio rankear pessoas/sentimentos, não vejo pessoa mais adequada pra direcionar essa carta. Uma vez mandei esse mesmo trecho aí de cima [uma citação de Gossip Girl, seriado que a gente adora] pra você por scrap, e se naquela época ele já falava muito sobre a gente, hoje em dia cai como uma luva. Foi muito complicado me adaptar a Lavras sem você, sem companhia constante, sem colo, sem falar bobagem... Felizmente a gente conseguia se ver com frequência e se falar diariamente, e você continuou presente na minha vida. Veio a formatura, 'a melhor semana da nossa vida', como bem disse o Douglas, e depois disso a gente se desentendeu e ficou sem se falar. Isso sim foi o mais difícil, estar passando por tanta coisa, tanta mudança, e não poder falar com você a respeito disso. Eu tinha mil outras pessoas pra conversar, mas ninguém me conhecia tão bem, ninguém passava exatamente pelas mesmas coisas, e se eu não te procurei antes foi por mero orgulho bobo, porque senti sua falta desde os primeiros dias. Minha mãe insistia pra eu deixar de bobagem, tentar manter contato e eu, boba, aceditava que chegando a BH as coisas iriam melhorar, que eu ia conhecer gente nova e atenuar a saudade. Só me esqueci de que as pessoas [nesse caso, felizmente] não são substituíveis. Dessa parte você ainda não sabe, mas na minha primeira ida a Lavras depois da mudança pra BH, em abril, eu tava falando com o Digão a respeito disso e chorei muito. Ele também tava meio comovido por estar indo embora, e a gente falou sobre um texto do Vinícius de Moraes, que começa exatamente assim:
"Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos... Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido..."
E essa conversa, aliada ao clima de despedida e a tudo que tava acontecendo na minha vida naquele momento, me fez finalmente ceder e te procurar. Eu já sabia, pelos meninos, que você tava no Canadá, e preferi mandar um depoimento. Escrevi ele no sábado à noite, quando vi que você tava online, e voltava a cada 15 minutos no Home pra ver se você tinha respondido. A resposta só veio no domingo, via MSN, e o melhor de tudo foi ver que a gente não tinha nada a discutir, só se atualizar mesmo :) Às vezes, o melhor que podemos fazer é pedir desculpas. E deixar o passado no passado.
E sem dúvidas ficou muito mais fácil aceitar as mudanças e passar a gostar delas tendo você do meu lado, mesmo que a quilômetros de distância. Porque mesmo quando não sabe para onde vai, ajuda saber que você não está indo sozinha. Eu me adaptei a BH, adoro a cidade, me sinto em casa, adoro os amigos que fiz lá e a vida que eu estou construindo. Mas o melhor disso tudo é poder compartilhar tudo isso com você, seja pra dividir alegrias ou tristezas, pra me ajudar a tomar decisões, pra incentivar as minhas loucuras, pra me dar colo quando eu quebro a cara e, o mais importante, por nunca me julgar.
E agora, depois de 6 meses longe, falta menos de uma semana pra gente se ver, e eu tô ansiosa. Mas é uma ansiedade boa, gostosa, de quem acredita que nada mudou :) E, não importa quais caminhos a gente tome a partir de agora, espero que, da forma que for, possamos estar estar sempre juntas, porque eu preciso de você.

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